Texto e Fotos: Agência de Notícias BH-TEC
Um novo capítulo na comunicação científica começa a ser escrito em Minas Gerais com o início da Rede Lide em CT&I (Laboratório de Inteligência e Divulgação Especializada em Ciência, Tecnologia e Inovação). Lançado oficialmente nesta sexta-feira (5), no BH-TEC, o projeto visa revolucionar a forma como a ciência é comunicada e percebida pela sociedade.
O evento reuniu profissionais da imprensa mineira e nacional, cientistas, pesquisadores e representantes de startups do setor de inovação científica. Ao todo, sete especialistas foram responsáveis pelas palestras: cinco integrantes da Rede Lide e dois jornalistas que atuam em redações – Revista Piauí e RecordTV.
‘Rede de divulgação científica’
O lançamento oficial, realizado em um auditório com a lotação máxima, teve participações especiais do CEO do BH-TEC, Marco Crocco, e do diretor do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, Tiago Emmanuel Nunes Braga, representando o Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI).
“Como um ambiente de inovação, é fundamental termos uma rede de divulgação científica”, afirmou Crocco, seguido pelo representante do MCTI, que destacou a importância da Rede Lide envolver diretamente dois setores afetados pela desinformação durante a pandemia, segundo o próprio: comunidade científica e a imprensa.
Ciência em pauta
A gerente de Desenvolvimento Institucional do BH-TEC e idealizadora do projeto, Cristina Guimarães, foi a responsável por anunciar a novidade. À frente da coordenação da Rede, Cristina explicou que o nome (Rede Lide) faz uma alusão ao lead jornalístico, primeiro trecho de uma matéria jornalística responsável por resumir de forma direta a história que será contada no restante do texto.
“Não tem como fazer ciência e tecnologia sem colocar a sociedade como um ator estratégico desse processo. Então, a Rede Lide vai funcionar como uma ponte, fazendo com que esse diálogo possa acontecer cada vez mais fluido, criando uma relação de confiança entre as fontes de informação e os profissionais de imprensa”, afirmou, antes de complementar:
“Assim, Minas Gerais passará a ser conhecido como um grande ativo da ciência e tecnologia”.
Entre as ações que compõem a execução do projeto estão a criação de um portal para ampliar o alcance das novidades científicas difundidas em Minas Gerais, a elaboração de cursos sobre comunicação e divulgação científica, oficinas e eventos que conectem as fontes de informação aos profissionais de imprensa.
A Rede Lide é resultado de uma parceria entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), a Fiocruz Minas/Instituto René Rachou, a Biominas Brasil e o Parque Tecnológico de Viçosa (tecnoPARQ/UFV).
“A Rede Lide deve ser um espaço de diálogo para estreitar as relações com a sociedade, com os territórios e com aqueles que estiverem mais interessados em ciência e tecnologia”.
“O cenário da pandemia culminou com um tsunami de informações, que a OMS tem chamado de infodemia. Essa infodemia inclui informações que possuem evidências científicas com embasamento científico, outras que não possuem embasamento algum e aquelas que são intencionalmente produzidas de forma equivocada, que são as fake news”.
Ela reforçou o compromisso da instituição com a Rede Lide, enfatizando a criação de formas eficientes de comunicação científica que estreitem o relacionamento entre a universidade e a sociedade.
“Precisamos usar os nossos canais de comunicação e os canais de mídia para levar o conhecimento científico até a população. A proposta de valor que tecnoPARQ traz é a interação entre a universidade e as áreas produtivas, transformando o conhecimento que é produzido na universidade em produtos e serviços”.
Segundo Isabela, o objetivo da empresa é transformar a tecnologia desenvolvida em produtos inovadores que cheguem à população, um esforço que pode ser potencializado pela Rede Lide CT&I.
“Eu acredito que dentro da rede a gente tenha a possibilidade de unir ainda mais essa conexão entre o potencial da ciência brasileira e o potencial de geração de produtos que chegam até a nossa sociedade”, afirma Isabela.
“O jornalista atua como um tradutor. Ele compreende o que o cientista está falando – geralmente informações de pesquisas complexas -, e traduz isso em uma linguagem mais acessível para a população. Então, é preciso pensar em todos os tipos de público”.
Para ele, o lead jornalístico deve ser construído para desmascarar mentiras e não para reforçá-las. Esteves também reconheceu a importância do lançamento do projeto para combater as fake news que circulam nos meios de comunicação cotidianos.
“Saúdo a Rede LIDE, acho que ela é muito bem-vinda e necessária nesse momento que a gente está vivendo. A gente foi para um buraco bem fundo, nesse momento de desinformação. Isso coloca desafios e responsabilidades muito grandes para quem trabalha com a comunicação de ciência”.